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MODA,
MÓNICA BOZINOSKI,
OPINIÃO
New York Fashion Week Report
quinta-feira, fevereiro 18, 2016
É uma manhã de criança passada a ler contos de fadas. É uma tarde num jardim onde as flores bebem a água das mais diversas fontes de inspiração. É uma noite em que os sonhos que temos nos levam para outros mundos. É a Semana da Moda de Nova Iorque.
Vou confessar. A Semana da Moda de Nova Iorque tem-me feito sonhar bastante alto. Estou a precisar de um génio da lâmpada que me conceda alguns desejos. Não são só as propostas dos designers e as peças brilhantemente trabalhadas que me fazem ponderar jogar no Euromilhões, mas sim toda a vibe que transmitem. É o T.H. Atlantic de Tommy Hilfiger que me faz querer navegar pela Riviera Francesa ou pela Costa Italiana, é o setting de Diane von Furstenberg e de Michael Kors que me fazem querer entrar numa máquina do tempo, é a onda punk de Alexander Wang e o espírito boémio e académico de Coach, é o winter wonderland de Rachel Zoe e o conto de fadas moderno de Carolina Herrera e Oscar de la Renta. A par com estes, as estruturas e cortes de Victoria Beckham, o oversized de Vera Wang, as cores recheadas de desejo de Zac Posen e a mulher no poder de 3.1 Phillip Lim.
Se pensarmos na moda como um jogo de sensações e emoções, vemos nesta semana da moda desfiles que são o exemplo perfeito de um trabalho que vai para além do óbvio e do superficial. Atrevo-me a entendê-los como obras de arte que, à semelhança de um quadro de Dali ou Van Gogh, nos transportam para outros contextos, outras épocas, outros universos. Podemos pensar neles como um filme protagonizado por Audrey Hepburn, onde as imagens em movimento transmitem fluidez, elegância e glamour. Ou como uma obra de Tarantino em que as protagonistas transpiram uma força mais violenta, mas não menos feminina. Podem até ser uma playlist do Spotify que vai do jazz de Miles Davis ao rock de Aerosmith. São, acima de tudo, a prova de que o ready-to-wear não tem de ser boring nem estático, que as peças que usamos no dia-a-dia podem formar um puzzle sem manuais de instrução ou regras a seguir.
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